segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Onde vamos parar?

Acabei de ler uma reportagem da Revista Época com o seguinte título: "A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico". O pior de tudo, pra mim, é que, de certa forma, a autora tem razão. E muita razão.

Fico pensando em Jesus, no Evangelho (que quer dizer boas novas!) e pensando em como isso se torna realidade hoje. Acabo chegando a conclusão que o que é realidade hoje está muitíssimo longe de ser o que Jesus foi e a boa notícia que teríamos a viver.

A autora conta que ao visitar a página na internet da igreja referida na matéria, surpreendeu-se com a preleção inicial: "o perigo da tolerância".

Ao ouvir evangélicos comportarem-se desta forma, logo penso nos radicais muçulmanos. Em nome da fé, com a versão dada por quem tem mais poder, tudo é possível, inclusive matar quem quer que seja.

Aí surge a minha dúvida cruel: será que os evangélicos da atualidade e do futuro vão se tornar assim também? A gente já sabe que eles já se comportam como donos da verdade, realidade também conferida pela jornalista. Mas será que a gente vai chegar a esta loucura da intolerância total?

Espero que não. Espero que os cristãos verdadeiros, que não se "converteram ao capitalismo institucional" das igrejas consigam que suas vidas falem mais alto do que as aberrações que temos visto e ouvido. Muito embora eu saiba que nos últimos dias praticamente todas as qualidades que esperamos encontrar nos cristãos estarão muito próximas da extinção.

Espero ainda, contra a esperança, que possamos ser cristãos como os primeiros a ser chamados assim, quando como diz o livro de Atos, "tudo lhes era comum (...) e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo" (grifo meu).

Que possamos mesmo ter a SIMPATIA dos que nos ouvem e vivem ao nosso redor, e não o horror, o medo ou a antipatia.