quarta-feira, 13 de julho de 2011

Minha filha, você também não merece nada!


Estava lendo a matéria, por sinal muito boa, da Jornalista Eliane Brun, publicada pela revista Época, cujo título é "Meu filho, você não merece nada".

Fiquei satisfeita ao ver que ainda existe gente decente, gente que pensa, que sabe que a vida é uma colheita, e que a gente colhe o que planta, e que pra esta regra, não há exceção nem jeitinho brasileiro.

Tomei a liberdade de transcrever dois parágrafos, que muito me chamaram atenção:

"Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir."

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando. "

Com isso, a gente pode perceber que a mesma dinâmica tem funcionado nas igrejas. Basta a gente substituir o pai pelo pastor, e os filhos pelos fiéis. Assim, fica nítida a crise da igreja e da cristandade, de forma geral.

Da mesma forma que muitas vezes nós pais fazemos com os nossos filhos, os pastores fazem com os membros da igrejas, prometendo a vida eterna na terra, ou mesmo o Reino do Céus aqui e agora. Para tanto, basta esfregar a lâmpada maravilhosa e gritar em alto e bom som: que "eu não sou dono do mundo, mas sou filho do dono"!

Assim como no texto brilhante, a autora traz a lume a essência da crise familiar, nós podemos enxergar, se quisermos, a continuidade desta crise nas igrejas, pois estas são a continuidade do que fazemos em nossos lares.

A autora conclui seu texto afirmando que "sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. " E que é como eu quero concluir aqui também. É preciso coragem pra reconher que não merecemos nada, por mais que possamos pensar em fazer, mas a graça, esta sim, é que nos permite caminhar a cada dia e nos dá coragem para assumir a narrativa não só da nossa vida, mas, principalmente, da nossa relação com Deus.

Que Deus me ajude mesmo a ensinar esta verdade pra minha filha. E que ela aprenda a lutar pela vida, em toda a sua plenitude.


Fonte:
BRUM, Eliane. Meu filho, você não merece nada. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html . Acesso em 13 jul. 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

As pedras do meio do caminho


Ainda ando em crise comigo mesma para conseguir estabelecer a diferença entre "levar as cargas uns dos outros" e "cada um tomar a sua cruz".

Olho pra mim mesma e pra outros amigos ao redor e vejo-nos levando as cargas, as "cruzes" e tudo o mais que der pra carregar. Só não entendo porque a gente insiste, afinal, se formos sinceros, nem sempre a gente consegue levar a nossa própria cruz.

Com isso, me pergunto: será que é porque eu acho a minha cruz pesada que fico tentada a levar a cruz alheia?

Talvez até seja esta a resposta que eu encontre em mim. Todavia, muito mais do que respostas, eu preciso é mudar a minha atitude e assumir "só" a minha cruz.

Esta é uma das pedras que estão no meu caminho hoje.



Uma outra pedra que anda me incomodando é profissional. Sou servidora pública. Antes, por anos, trabalhei na iniciativa privada. E, como a gente estuda em Administração, a busca pela excelência e pela qualidade norteiam a própria existência da empresa privada. Já no serviço público.... o "buraco" ainda é mais em baixo...

Daí, que estou fazendo um curso sobre excelência no atendimento e em um dos itens, estou estudando o Dr. W. Edwards Deming, considerado um guru da excelência.

A pedra está justamente em uma das lições que ele propõe, dentre 14, para alcançar a excelência: "incentive o gosto e o orgulho pelo trabalho".

Pelo menos hoje, pra mim, isso é quase inacreditável! É óbvio que existem exceções e não são poucas! Talvez sejam pouco expressivas... pelo menos pra mim.

Como que a gente incentiva o gosto e o orgulho pelo trabalho pra quem é concursado, efetivo, não gosta de trabalhar, não precisa de trabalhar e nem corre o risco de perder o trabalho? e por aí vai... Na iniciativa privada é praticamente simples: não quer? sai fora que tem quem queira! Agora, no serviço público...

Além do ranço histórico, vejo hoje o serviço público crescendo enormemente sem planejamento nenhum! então, as estruturas são as mesmas, mas os desafios muito maiores!

No órgão que eu trabalho, tenho lidado com "colegas" que passam horas trocando ofensas, quer dizer, mensagens eletrônicas, desmerecendo-se mutuamente. E isso me dá uma preguiça...

Assim, embora hoje eu esteja muito desanimada com tudo isso, sei que vou conseguir vencer meu desânimo e minha inércia, e continuar trilhando meu caminho de conquistas e vitórias (suadas!). Mas hoje, só por hoje, preciso dividir minha aflição diante do que vejo e que não é nada bom...

Mas sou otimista: vejo a metade cheia do copo. Dias melhores virão... como diz o poeta, "dias melhores pra sempre!"

Força na caminhada! Pra mim e pra você também!

segunda-feira, 4 de julho de 2011


É não é que já acabou a segunda? coisa boa! Amanhã acho que já estou mais animada! Mas é dando um passo de cada vez que a gente faz a caminhada! Então, "bora" papear!

Porque será que, às vezes, a gente morre de raiva e fica calado pra não perder o controle e agravar situações de conflito que já não estão boas? Não sei. O que eu sei é que nem sempre a gente devia ficar calado.

Pois é... o tal do equilíbrio... gente, isso podia ser automático! apesar de não ser e da enjoação do momento, tô feliz por estar aprendendo, por me ver superando cada passo meu.

O que eu queria mesmo é que cada um superasse seus conflitos e desse um passo adiante. Mas, eu sei, ninguém é como eu. E por que cargas d'água isso deve me incomodar?

Na verdade não devia. Cada um deveria se sentir feliz com suas conquistas e, no caso de eventual insatisfação, cada um que melhorasse sua própria vida!

Aí, eu faço isso. Mas só eu. E eu caminho. Vou embora. Passo à frente. Mas tem gente que não sai do lugar. Aliás, a sensação que eu tenho é que na verdade vai pra trás. Sabe aquela sensação de cavar pra baixo? O pior é querer levar a gente junto! E não é que tem hora que a gente vai "indo buraco abaixo"?

Ah, tô fora!

Tenho uma amiga que conhece uma criatura que, apesar de vários contras, foi pra frente. Com força. Tem tudo o que quer hoje, sem importar o que isso significa. Como ela conseguiu? "Deu baixa".

Eu também preciso dar. Preciso levar mais a sério o conselho bíblico e me "esquecer das coisas que para trás ficam" e prosseguir!

E é isso que tô buscando. Acredito que com isso, já estou conseguindo, ainda que um pouquinho de cada vez.

Identificar as sensações, sentimentos, frustrações, pra mim é fundamental pra conseguir seguir em frente mais leve, deixando no passado o que é do passado. E não é que ando conseguindo? Já deixei tanta carga pra trás que tô até emagrecendo!!

Este é o passo de hoje: me manter no foco e prosseguir!

Boa caminhada!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vencendo desafios


E não é que hoje eu não só consegui sentar pra escrever o meu capítulo diário como também fui à academia!!! Isso eu tenho que comemorar! São duas vitórias em uma! Acho interessante como coisas pequenas como estas duas são capazes de nos fazer mudar a vida.

Ainda comentando a reportagem de ontem, sobre o mito da felicidade e a obrigação de ser feliz e sorridente, fico pensando de onde as pessoas tiram isso e como é importante a gente se conhecer e se respeitar.

Se não me conheço, não sei o que me aflige, não sei dar nome "aos meus bois", creio que fica difícil estabelecer novas rotas, contornar desvios. Com isso, se sou obrigada a ser feliz e demonstrar felicidade e não é isso que ronda minha mente e coração, e não me conheço, fico ainda mais infeliz porque tenho tudo e não consigo ser feliz.

É sempre bom lembrar que, se tem alguém que tem mesmo tudo, este alguém é Deus e a Trindade. E Jesus, "membro nato" da Trindade, chorou lágrimas de sangue. Isso nem de longe é felicidade, não é mesmo? Era o sofrimento, talvez em sua forma mais pura, sentindo emocional e fisicamente a dor da rejeição, da incompreensão, do repúdio, da traição, da incerteza, do abandono e tantas outras mazelas. Dor esta causada por aquilo que nós fizemos e, infelizmente, ainda fazemos e talvez faremos.

Eu procuro viver de modo que Jesus Cristo sirva sempre de exemplo pra mim. É bem certo que nem sempre eu consigo, mas que eu tento, eu tento! E existem dias, como hoje, em que consigo vencer o meu maior inimigo: eu!

Hoje dei mais um passo rumo ao meu auto-conhecimento (nem sei se com ou sem hífen!) e a minha saude também! E quero dar parabéns, pra mim e pra todos que não tem tempo ou vontade de sentir pena de si mesmos, ao contrário, reconhecem suas fraquezas e caminham rumo à mudança!

Continuemos a caminhar. Um passo de cada vez. Um papo de cada vez. Na certeza de que, embora às vezes tenhamos quase certeza de que estamos sós, não estamos, ao contrário, somos muitos...

E um último lembrete: aproveite para ver a beleza em volta do caminho, afinal, a gente nunca sabe o que está nos esperando na próxima curva...