quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quem planta, colhe!

Como se ouve falar isso! "Quem planta, colhe"! E como é que parece que a gente esquece esta "coisinha básica" da vida.

A gente sempre quer bons resultados em tudo na vida. Hoje, então, nem se fala! Tenho um amigo que sempre que escuta alguém dizer que "tá correndo atrás" retruca: "este aí já tá perdendo! Tem é que correr na frente!" Afinal, quem é vice mesmo? segundo colocado? suplente? Ninguém sabe, ninguém lembra. Então, o "negócio" é ganhar. Sempre.

Talvez seria bom se a vida fosse assim. Ganhar sempre. Entretanto, para desespero dos "jogadores", existe a derrota. E como é ruim ser derrotado.

Nisto se resume minha vida: perder umas batalhas pra ganhar a guerra. Mas como é duro perder.

Acho até que o pior não é a perda em si mesma, mas a certeza (às vezes até a dúvida) de ter feito escolhas corretas. E ter certeza de uma escolha ruim é uma verdadeira lástima!

Pra piorar o panorâma, vem a bendita da consequência! Afinal, quem planta, colhe, não é?

Tive uma vez um jardim. Minha mãe cuidou e plantou muito mais do que eu mesma! Acho que a única coisa que eu fazia mesmo, com intensidade, era acompanhar o crescimento das "minhas" plantinhas. Isso eu sabia fazer direitinho!

Num primeiro momento, o jardim nada tinha! só matagal. Foi limpo, arrancado o mato, preparado para receber as sementes. Aí, começou a maravilha: eu ia acompanhando, fotografando a evolução das minhas rosas! Gente, que coisa linda! Cada broto que abria, eu corria para fotografar e mostrar à minha mãe o crescimento das "meninas".

Embora tenham sido todas plantadas no mesmo tempo, tinha uma muda de um outro tipo de flor, que eu queria que crescesse e cobrisse o muro, mas que não crescia e não floria de jeito nenhum! Ai, que decepção!

Enquanto as rosas se multiplicavam e me maravilhavam, a outra, nada! Cheguei a pensar em arrancar logo a muda, pois devia ter algum problema. Acontece que eu entendo de flores e mudas tanto quanto de cirurgia vascular: nada absolutamente! Assim, na minha vasta ignorância, resolvi, antes de acabar com a pobre mudinha, perguntar para quem conhece. E não é que era assim mesmo? ela demora muito para florir a primeira vez. Depois, é praticamente automático.

Isso tudo me traz algumas reflexões: ainda que eu continue lutando, se eu sei o que foi que eu plantei, no tempo certo (o tempo de Deus) eu vou colher. E não vai dar pra mudar o que vou colher, só porque mudei de idéia. Vou colher o que eu plantei. Hum... eita coisa que é "boa mas é ruim". Pois a colheita será dos meus acertos, mas também dos meus erros.

Ao longo da minha “meia vida”, fiz opções corretas, das quais me orgulho. Mas também fiz muita besteira. E ando colhendo uns frutos bem duros e azedos da minha plantação mal feita. Ai, como isso é ruim! A certeza dos meus próprios vacilos e a consciência dos meus próprios erros, ao mesmo tempo em que me auxiliam a acertar os meus passos, trazem a tona o que eu mesma tenho de ruim, de pior. E, existe pior derrota do que ser derrotado por você mesmo? Credo! Ninguém merece! Ou melhor, a gente bem que merece.

Hoje to meio azeda, por conta de encarar uma destas minhas derrotas. Mas, ao mesmo tempo, tô satisfeita. Com quê? Com a certeza de estar lutando pra melhorar a minha “plantação”, sabendo que, assim como a minha flor, que eu não via florescer, a semente daquilo que eu plantei está crescendo. E no tempo de Deus vai florescer. Nisso eu creio, porque a Bíblia me diz que “aquilo que o homem plantar, isto também ceifará.” Assim, espero mesmo, em Deus, estar buscando boas sementes e bons campos, para que, apesar de hoje eu estar colhendo os frutos dos meus erros, amanhã eu possa colher, com a graça de Deus, os frutos dos meus acertos.